O dia em que se desfez a corda do violão não estava lá.
Não o toquei, deixei que outro o levasse.
Deixei que outro desgastasse aquela canção.
Queria ter acertado os acordes, mas me preocupei em cantar
longe dali.
Poderia ter cuidado e mesmo assim estaria arrebentada
Mas estaria presente, não em momento distante, nem em lição
ausente.
Talvez agora acertasse a melodia e andasse em sintonia.
Mas não, lamento por músicas que não toquei porque me falta
a linha.
Melodia que me falta por andar sem trilha.
Clareza nas ideias por andar sozinha.
Se não estivesse acompanhada a corda não se feria.
Uma segunda voz, por vezes, faz companhia.
Mas é na solidão da noite que se faz poesia.
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