Senti o
tamanho do abismo quando ele disse “cuidado”.
Frio na
barriga, arrepio.
Como se
tudo fosse incerteza.
Como se
nada fosse dar certo.
Arrisquei
algumas linhas.
Mas nada
fazia sentido.
Frases
lidas e apagadas, vazias de poesia.
Descrever
o tamanho do buraco não me levaria ao tombo?
Mas daqui
o vejo com riqueza de detalhes.
Requintes
de crueldade.
Penso em
voltar, me afastar de mais esse perigo.
Algo me
prende e me mostra a bela vista que se tem a beira do precipício.
Fecho os
olhos e deixo o vento levar as nuvens carregadas de chuva.
Observo a
tempestade que se forma.
Grandes
raios cortam o céu.
E como se
nada tivesse acontecido, eis que, de repente, surge o sol.
Leve
brisa anuncia a calmaria.
Entre
dias cinza e azulados, distraio-me com as bruscas mudanças de
temperatura.
Sem capa
ou guarda-chuva, não tenho medo de andar na rua.
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