Esta tela
branca me encara, mas não mais me assusta.
Queria
preenchê-la com algum conteúdo, mas nada me ocorre
agora.
Faz tempo
que a abro, na esperança de alguma ideia vir.
Escrevo,
leio e apago.
Nada
parece fazer sentido.
Ideias
muito soltas, sem nexo, apenas.
Seria o
silêncio que precede às tormentas?
Despreocupada,
a encaro de volta.
Nada.
Nem uma
vírgula.
Daí
vem mais uma palavra, mais uma vez, descarto.
O que
seria dela se eu desse continuidade?
Algumas
palavras, ainda que sozinhas, são capazes de produzir
ventanias.
Seria eu
um veleiro no meio do oceano a espera de ventos?
Ou um
barco de motor estacionado no cais?
Não
há sombra de tempestade com a qual tenha que me preocupar.
Por outro
lado, no sol é agradável e, sem dúvida, é
onde quero estar.
E a tela
já não está mais branca, mas também não
é colorida.
Está
em preto e branco e repleta de escritas.
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