terça-feira, 9 de setembro de 2014

A Tela


Esta tela branca me encara, mas não mais me assusta.

Queria preenchê-la com algum conteúdo, mas nada me ocorre agora.

Faz tempo que a abro, na esperança de alguma ideia vir.

Escrevo, leio e apago.

Nada parece fazer sentido.

Ideias muito soltas, sem nexo, apenas.

Seria o silêncio que precede às tormentas?

Despreocupada, a encaro de volta.

Nada.

Nem uma vírgula.

Daí vem mais uma palavra, mais uma vez, descarto.

O que seria dela se eu desse continuidade?

Algumas palavras, ainda que sozinhas, são capazes de produzir ventanias.

Seria eu um veleiro no meio do oceano a espera de ventos?

Ou um barco de motor estacionado no cais?

Não há sombra de tempestade com a qual tenha que me preocupar.

Por outro lado, no sol é agradável e, sem dúvida, é onde quero estar.

E a tela já não está mais branca, mas também não é colorida.

Está em preto e branco e repleta de escritas.

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