quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Viva!


Quando existem muitas ideias é comum optar por nenhuma delas. Ficamos contemplando aquela inspiração e esquecemos da ação. Temos inúmeras opções e simplesmente não escolhemos. É que todas parecem boas e abandonar as outra em detrimento de uma nos assusta. Talvez Freud explique. Provavelmente sim. A necessidade de uma decisão aparece todos os dias. Todos os dias tomamos pequenas decisões. Levantar. Tomar banho. Comer. Vestir-se. Ir ao trabalho. O dia mal começou e já somos um robô programados para só dizer sim. São todas ações afirmativas que se disséssemos não, provavelmente nos trariam complicações. Então os momentos de descontração são adiados para, pelo menos, o final do dia. Afinal no trabalho você tem que se comportar como uma pessoa normal. Então, como passamos o dia inteiro dizendo sim, é a vez do não. Não faço isso porque estou cansado. Não faço aquilo porque preciso fazer outra coisa que não consegui fazer durante o dia. Decidimos simplesmente adiar a felicidade por uma aparente falta de tempo. Negamos as ideias, as ridicularizamos e descartamos, como alguém que faz uma limpa em seus arquivos e joga um monte de papéis fora. E, como andorinhas, elas voam. Passado algum tempo, ficamos tristes porque se foram. Passados os anos, percebemos que também descartamos nosso sonhos. E, de repente, o vazio começa a nos incomodar. Mas provocamos aquele vazio. Simplesmente não sabemos o que fazer com ele. Como preenche-lo. Temos medo. Medo de preenche-lo. Medo de gostar. Medo de ser feliz. E o medo, por vezes, paralisa. Nos faz pensar que não existe saída. Surgem as dúvidas existenciais. Por que estou aqui? Qual o sentido do que eu faço? Pra que tudo isso? É possível perder muitos anos na buscas dessas respostas. E é saudável se perguntar isso. Mas o que fazemos quando nos vêm as respostas. As ignoramos e jogamos fora como as ideias? Ou transformamos elas em ações? Pois elas completaram nosso vazio e precisamos colocar para fora. Certa vez li em um livro que era perigoso se prender na buscas dessa respostas. Que elas não levavam a lugar algum. Mas, se nos preenche e dão sentido a nossa vida, como deixá-las? Esse questionamento provavelmente virá num momento de crise. Talvez represente a própria crise. Crise existencial. Quantas temos ao longo de nossa vida? Quantas vezes pensamos em jogar tudo pro alto porque nada faz sentido? Chutar o balde pode ser libertador. Mas é preciso estar preparado, e bem preparado, para as consequências. Elas virão. Toda ação tem uma reação. Leis da física que se aplicam ao dia a dia. É curioso como as exatas se misturam às humanas. Mas na matemática dessa equação temos a vida que se leva. Não devemos deixa-la passar em branco, simplesmente existir. Que sejamos capazes de viver nossos sonhos. De jogar tudo pro alto, quando estivermos distantes deles. Chacoalhar, de vez em quando, faz bem. As dúvidas e as crises fazem parte do caminho. A felicidade não é algo para ser atingido, algo parado. Está em movimento é deve ser uma constante do caminho. Poucos são os picos de felicidade. A riqueza está em se alegrar nas pequenas coisas do dia a dia. Mas se no seu cotidiano isso é complicado, algo precisa ser revisto. E com urgência. Movimente-se! Sinta! Viva!

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