Quando
existem muitas ideias é comum optar por nenhuma delas. Ficamos
contemplando aquela inspiração e esquecemos da ação.
Temos inúmeras opções e simplesmente não
escolhemos. É que todas parecem boas e abandonar as outra em
detrimento de uma nos assusta. Talvez Freud explique. Provavelmente
sim. A necessidade de uma decisão aparece todos os dias. Todos
os dias tomamos pequenas decisões. Levantar. Tomar banho.
Comer. Vestir-se. Ir ao trabalho. O dia mal começou e já
somos um robô programados para só dizer sim. São
todas ações afirmativas que se disséssemos não,
provavelmente nos trariam complicações. Então os
momentos de descontração são adiados para, pelo
menos, o final do dia. Afinal no trabalho você tem que se
comportar como uma pessoa normal. Então, como passamos o dia
inteiro dizendo sim, é a vez do não. Não faço
isso porque estou cansado. Não faço aquilo porque
preciso fazer outra coisa que não consegui fazer durante o
dia. Decidimos simplesmente adiar a felicidade por uma aparente falta
de tempo. Negamos as ideias, as ridicularizamos e descartamos, como
alguém que faz uma limpa em seus arquivos e joga um monte de
papéis fora. E, como andorinhas, elas voam. Passado algum
tempo, ficamos tristes porque se foram. Passados os anos, percebemos
que também descartamos nosso sonhos. E, de repente, o vazio
começa a nos incomodar. Mas provocamos aquele vazio.
Simplesmente não sabemos o que fazer com ele. Como
preenche-lo. Temos medo. Medo de preenche-lo. Medo de gostar. Medo de
ser feliz. E o medo, por vezes, paralisa. Nos faz pensar que não
existe saída. Surgem as dúvidas existenciais. Por que
estou aqui? Qual o sentido do que eu faço? Pra que tudo isso?
É possível perder muitos anos na buscas dessas
respostas. E é saudável se perguntar isso. Mas o que
fazemos quando nos vêm as respostas. As ignoramos e jogamos
fora como as ideias? Ou transformamos elas em ações?
Pois elas completaram nosso vazio e precisamos colocar para fora.
Certa vez li em um livro que era perigoso se prender na buscas dessa
respostas. Que elas não levavam a lugar algum. Mas, se nos
preenche e dão sentido a nossa vida, como deixá-las?
Esse questionamento provavelmente virá num momento de crise.
Talvez represente a própria crise. Crise existencial. Quantas
temos ao longo de nossa vida? Quantas vezes pensamos em jogar tudo
pro alto porque nada faz sentido? Chutar o balde pode ser libertador.
Mas é preciso estar preparado, e bem preparado, para as
consequências. Elas virão. Toda ação tem
uma reação. Leis da física que se aplicam ao dia
a dia. É curioso como as exatas se misturam às humanas.
Mas na matemática dessa equação temos a vida que
se leva. Não devemos deixa-la passar em branco, simplesmente
existir. Que sejamos capazes de viver nossos sonhos. De jogar tudo
pro alto, quando estivermos distantes deles. Chacoalhar, de vez em
quando, faz bem. As dúvidas e as crises fazem parte do
caminho. A felicidade não é algo para ser atingido,
algo parado. Está em movimento é deve ser uma constante
do caminho. Poucos são os picos de felicidade. A riqueza está
em se alegrar nas pequenas coisas do dia a dia. Mas se no seu
cotidiano isso é complicado, algo precisa ser revisto. E com
urgência. Movimente-se! Sinta! Viva!
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
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