sábado, 26 de setembro de 2015

Eis me aqui

Foi aquele 18 de outubro que o tempo parou e começou a correr diferente.
A música tocava mo fundo da alma.
Foi o dia mais feliz e o mais triste.
Daqui a 1 mês e 4 dias farão 5 anos.
Sempre que escuto a tal música volto àquele dia.
Onde o tempo parou, onde tudo fez sentido e depois se dissipou.
Como uma nuvem após a tempestade.
Sozinha, me espalhei por aquela cidade, desconstruindo uma vida que mais tarde ganharia algum sentido.
Deixei fragmentos por todos os lados, na busca desse sentido que não se mostrava pra mim naquele momento.
Em conversas imaginárias me despedi de todos com que convivia.
No rosto da minha mãe, vi os rostos das mulheres que passaram por mim naquele dia.
De olhos fechados, segui por um destino, aceitando que não estava no controle da minha vida.
E quem está?
Aceitei o destino.
Hoje ele me trouxe até aqui.
E já me perdi e me encontrei, desconstruí e contruí várias vezes desde então.
Daquele dia, lembro com carinho das pessoas por quem passei e das que, em silêncio, disse adeus.
Aquele dia está enterrado no meu passado, mas torna-se latente, toda a vez que escuto aquela música.
Foi passado, presente e futuro de uma vez só.
Foi clareza e contradição.
Rodeei-me de estrelas.
Estive a um passo do precipício.
Não pulei.
Nem o quis fazer.
Mas de certa forma aquela pessoa que vivia em mim morreu.
Outra nasceu.
No mês que se seguiu àquele dia, voltei a ser criança.
Não bem me lembro em que ponto voltei a ser adulta.
A rotina me levou de volta aos poucos.
Várias lagartas, várias borboletas.
Uma série de metamorfoses.
Então, eis me aqui.
E nunca consigo responder sem titubear quem sou, para onde vou e o que faço aqui.