quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Borboletas no Jardim

Ela derruba as folhas que estão próximas a janela.
Voa como se eu não estivesse aqui.
Me desperta de um sono leve.
Tão leve quanto as suas amigas que estão no jardim.
Para minha surpresa, ela pousa em um quadro inacabado.
ok, Dona Borboleta, já entendi o recado.
Pode estacionar aí que não preciso mais pintá-la.
Acaso és alérgica a tintas?
traga suas companheiras para dar maior colorido e movimento.
No quadro não há jardim, mas há uma árvore de flores.
Ela balança as asas e se despede.
Foi bom conversar com você!
Fico pensando, quantas lagartas devem ter virado casulo e eu nem desci no pátio.
Fico pensando que nas rosas que ganhei e murcharam.
Penso no que passou.
Penso em que tom de marrom vou pintar o tronco da árvore.
Que segredos eu vou esconder no quadro?
Então, olho para as borboletas no jardim e vejo a resposta.
abstraio e pinto mais um pouco...
qualquer hora o sono vem...

 Mães


Do mar ela via a lua, aguardando a manhã, enquanto flutuava sob as águas.

Eu apenas vejo a cena, da minha ilha, distraio-me com o nascer do sol.

Do continente, os pescadores lançam suas redes e linhas.


Meu barco repousa, o mar está calmo.

Os remos estão a postos.

Minha mãe já me espera à sombra de uma árvore, atrás dos pescadores.


Não demora é hora do almoço e hoje vai ter peixe, 

se a mãe de nós duas deixar.


Deixa, Senhora dos Mares!