sábado, 18 de outubro de 2014

Ei, Você!

Ei, você que por aqui passa:
Preste atenção!
Aqui também bate um coração.
Não me trate com indiferença.
Posso realizar seus sonhos.
Transformar em realidade o que está na imaginação.

Ei, você: te  escuto a cada momento...
Enquanto avança, é mais sofrimento.
Não me subestime, posso ser a solução.
Para você sair desse labirinto de ilusão.
Não apenas passe devagar e acene.
Pare e olhe.
Permita-se sentir.

Ei, você: não me olhe com tanta estranheza.
Quando o assunto é sentimento, não há certeza.
Então, se quiser, siga adiante.
Mas de cabeça erguida.
E sem arrogância.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Mais um dia cinza


Dia cinza

café preto

água cristalina corre do céu

líquido amargo corre a garganta

papéis e mais papéis que poderiam estar em branco

pra eu sujar com rodelas da minha xícara

inventar planetas em marrom

ao invés disso, completo-os com letras e números

letras pretas que, misturadas ao papel branco, tornam o dia mais cinza

Fragmentos


Fragmentos do que eu sou

misturados ao longo dos tempos

recortes de alma recalcados na busca de equilíbrio

o universo sombrio do inconsciente esconde o que não devia

uma parte, uma pequena parte, de alguém que eu fui um dia
 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Escrever


Escrevo para lembrar o que esqueço de dizer

voar é ser livre, o esforço vem do conformismo

não há limites para quem sonha

vivê-los é que é difícil



o fato de eu me calar não anula o que sinto

expor é só mais um detalhe

detalhe que traz dificuldade

no medo, só vejo a oportunidade, ao perdê-lo

verdades são inconstantes, cada um tem a sua



se tudo muda, todos também mudam

enquanto um fala, outro escuta

e a vitória vem pros que falam e não se deixam levar pelo medo

mas também pros calados que sabem o quão bom é escutar
 
 

Pessoas que ficam


Entre o sol e a lua não existe nada, a não ser tudo

Pessoas vêm e vão no passar dos dias

Algumas ficam, outras vão embora

Mas é da natureza humana, estamos de passagem



A lua, por vezes, serve de inspiração, outras vezes, testemunha a agonia de quem espera por um novo dia

coisas inacabadas esperam por um final

do contrário se tornam sempre

Um sempre que nunca acaba



a mágica da vida está nas pequenas coisas

não há truques que enganem a felicidade

uma flor não deixa de ser uma flor só porque muda-se o nome

as ilusões não reveladas é que enganam

enganam quem quer ser enganado

quem quer ver magia onde não há



multidões passam por nós sem que se despertem sentimentos

mas, quando ele é desperto não se enxerga nada além do fogo da paixão cegante

a euforia desaparecerá um dia

e o que sobra é a magia das pequenas coisas, dos pequenos gestos



quando o coração pára de pulsar, morremos

mas morremos também quando matamos o que sentimos

então, vivemos de lembranças

lembranças do que foi, de fato, vivido

nos alimentamos delas até que venha um impulso por vivê-las novamente

então vivemos



enquanto isso, algumas pessoas passam

outras, simplesmente ficam


leia também:  "Tem gente que é pra sempre" em: http://www.poesiaspoemaseversos.com.br/thiago-cordeiro/

Viva!


Quando existem muitas ideias é comum optar por nenhuma delas. Ficamos contemplando aquela inspiração e esquecemos da ação. Temos inúmeras opções e simplesmente não escolhemos. É que todas parecem boas e abandonar as outra em detrimento de uma nos assusta. Talvez Freud explique. Provavelmente sim. A necessidade de uma decisão aparece todos os dias. Todos os dias tomamos pequenas decisões. Levantar. Tomar banho. Comer. Vestir-se. Ir ao trabalho. O dia mal começou e já somos um robô programados para só dizer sim. São todas ações afirmativas que se disséssemos não, provavelmente nos trariam complicações. Então os momentos de descontração são adiados para, pelo menos, o final do dia. Afinal no trabalho você tem que se comportar como uma pessoa normal. Então, como passamos o dia inteiro dizendo sim, é a vez do não. Não faço isso porque estou cansado. Não faço aquilo porque preciso fazer outra coisa que não consegui fazer durante o dia. Decidimos simplesmente adiar a felicidade por uma aparente falta de tempo. Negamos as ideias, as ridicularizamos e descartamos, como alguém que faz uma limpa em seus arquivos e joga um monte de papéis fora. E, como andorinhas, elas voam. Passado algum tempo, ficamos tristes porque se foram. Passados os anos, percebemos que também descartamos nosso sonhos. E, de repente, o vazio começa a nos incomodar. Mas provocamos aquele vazio. Simplesmente não sabemos o que fazer com ele. Como preenche-lo. Temos medo. Medo de preenche-lo. Medo de gostar. Medo de ser feliz. E o medo, por vezes, paralisa. Nos faz pensar que não existe saída. Surgem as dúvidas existenciais. Por que estou aqui? Qual o sentido do que eu faço? Pra que tudo isso? É possível perder muitos anos na buscas dessas respostas. E é saudável se perguntar isso. Mas o que fazemos quando nos vêm as respostas. As ignoramos e jogamos fora como as ideias? Ou transformamos elas em ações? Pois elas completaram nosso vazio e precisamos colocar para fora. Certa vez li em um livro que era perigoso se prender na buscas dessa respostas. Que elas não levavam a lugar algum. Mas, se nos preenche e dão sentido a nossa vida, como deixá-las? Esse questionamento provavelmente virá num momento de crise. Talvez represente a própria crise. Crise existencial. Quantas temos ao longo de nossa vida? Quantas vezes pensamos em jogar tudo pro alto porque nada faz sentido? Chutar o balde pode ser libertador. Mas é preciso estar preparado, e bem preparado, para as consequências. Elas virão. Toda ação tem uma reação. Leis da física que se aplicam ao dia a dia. É curioso como as exatas se misturam às humanas. Mas na matemática dessa equação temos a vida que se leva. Não devemos deixa-la passar em branco, simplesmente existir. Que sejamos capazes de viver nossos sonhos. De jogar tudo pro alto, quando estivermos distantes deles. Chacoalhar, de vez em quando, faz bem. As dúvidas e as crises fazem parte do caminho. A felicidade não é algo para ser atingido, algo parado. Está em movimento é deve ser uma constante do caminho. Poucos são os picos de felicidade. A riqueza está em se alegrar nas pequenas coisas do dia a dia. Mas se no seu cotidiano isso é complicado, algo precisa ser revisto. E com urgência. Movimente-se! Sinta! Viva!